terça-feira, 20 de outubro de 2009

O Brasil visto de fora

Quando chegamos à Rússia, no início da VTI 2009, a 20ª da história, me lembrei que o primeiro homem a ver o mundo em que vivemos desde o espaço foi um russo, o cosmonauta Yuri Gagarin, em 12 de abril de 1961. Suas palavras foram simples e diretas: a Terra é azul!

Em Moscou, e depois em Varsóvia, a cada nova visita realizada eu me lembrava do Brasil. Impossível não comparar o modo de vida e de trabalhar da gente com o deles. Aprendemos com as diferenças que nos separam e nos surpreendemos com mais semelhanças do que poderíamos imaginar há entre brasileiros, poloneses e russos – na maneira de trabalhar, de viver e de consumir. Somos, afinal, filhos do mesmo planeta azul.

Houvesse vida na Lua e alguém de lá que a visse em noite de quarto minguante se espantaria: a Lua é branca – e recortada. Como se um filho do astro solar baixasse à Terra em pleno meio dia diria: o Sol é laranja, às vezes vermelho, e parece prestes a explodir.

A qualquer um dos 30 empresários e executivos da cadeia de abastecimento que compuseram a delegação brasileira na VTI ao Leste Europeu que perguntassem que cor de Brasil conseguiram distinguir à distância, diriam que é verde. Da cor da esperança.

Ver o nosso País estando em outro coloca em perspectiva o peso que ele tem na comparação com os demais. Certamente, aprendemos muito nessa viagem. Mas a julgar pelo número de perguntas que os tradutores nos fizeram, em nome dos dirigentes das empresas que visitamos na Polônia e na Rússia, todos querem é mesmo saber como deixamos de ser o país do futuro para virar a bola da vez.



Missão cumprida


A alegria tomou conta dos participantes no jantar de encerramento da 20ª Viagem Técnica Internacional, realizado no restaurante Dom Polski, em Varsóvia, na noite do último dia de visitas técnicas as empresas da cadeia de abastecimento da Rússia e da Polônia (16/10).
Em um clima muito festivo todos se confraternizaram, relembraram os principais aspectos da viagem e, um a um, os trinta empresários e executivos das empresas da cadeia de abastecimento do Brasil realizaram discursos destacando os principais fatores importantes acontecidos nessa VTI.

A noite terminou com o presidente da ABAD, Carlos Eduardo Severini, agradecendo o empenho de todos os participantes e ressaltando a importância das viagens internacionais para a evolução do setor no Brasil. “O saldo foi muito positivo e tenho certeza de que surgirão novas ideias para aplicações práticas em nossos negócios no Brasil”.

Aplicações práticas das visitas


As aplicações práticas das visitas técnicas na cadeia de abastecimento brasileira, os principais pontos de diferença entre as operações na Rússia e na Polônia com o Brasil e os modelos de lojas que podem fazer sucesso em nosso país também foram lembrados e debatidos durante a reunião de encerramento da Viagem Técnica Internacional. “A rede Spar, que estivemos em Moscou, é um modelo de loja cativante. Ela encanta a consumidora e apresenta todos os produtos e serviços de se precisa. É um modelo de varejo muito convidativo”, disse a diretora do Central Ofertão de Alimentos, Jurema Pesente e Silva.

Os aspectos relacionados a operação logística foram tema de comparação com o Brasil do assessor da presidência do Martins, Kélvio Silva. “O Brasil é um país de dimensões continentais e exige boa logística para atendimento aos clientes, enquanto na Polônia, os clientes estão em um raio de 25 a 30 quilômetros. E os clientes vão até a loja comprar. Não precisa ter custo logístico”, afirmou.

Enquanto isso, o presidente da ABAD, Carlos Eduardo Severini, observou vários rumos a serem seguidos e aspectos que podem ser diferentes dos do Brasil. “Especificamente no autosserviço, com a venda para o varejo independente, vimos no Eurocash, na Polônia, que a loja pode ter ofertas e qualidade para atender bem ao cliente. Podemos fazer o mesmo modelo no Brasil”, disse.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Tecnologia e crédito


Os aspectos relacionados ao tipo de negócio de cada um dos participantes da viagem foram considerados pelos executivos e empresários da cadeia de abastecimento durante a reunião de encerramento da Viagem Técnica Internacional. O diretor-comercial da PC Sistemas, Leonardo Barros, lembrou os aspectos relacionados à tecnologia do negócio nos dois países visitados.

“Na Rússia, os empresários não se preocupam com a tecnologia e na Polônia existe uma maior preocupação nesse sentido. Acredito que em cinco a dez anos a Polônia estará mais evoluída nesse aspecto. Quanto a gestão do negócio, a Polônia está na frente da Rússia. Eles deram um salto grande em dez anos e em pouco tempo podem passar o Brasil”.

Enquanto isso, a ausência de fatores que impulsionam o dia-a-dia da operação de compra e venda como o financiamento, o crédito e as modalidades de pagamentos foram fatores considerados pelo presidente do Sinca-PR, Eduardo Rubens de Andrade.
“Achei interessante a ausência de modalidades de pagamento. É tudo realizado na base do dinheiro. Ninguém comenta sobre outras formas de pagamento”.

Em mercados onde as empresas realizam tudo à vista e só consideram o dinheiro como a maior parte das formas de pagamento, as empresas que realizam prospecção de carteira de clientes podem se apoiar em outros tipos de negócios para crescer a operação. “O maior potencial nesses dois países é a pesquisa de mercado”, acredita o executivo da Serasa Experian, Nilson da Silva Gomes.

Aspectos relevantes II

A reunião de encerramento da 20ª Viagem Técnica Internacional foi muito produtiva e apontou uma ampla gama de opiniões dos executivos e empresários da cadeia de abastecimento sobre as oportunidades existentes na Rússia e a Polônia.

O diretor de marketing do Megafort, Luís Fernando França Morais (acima), considera boas os espaços para os negócios nos dois países visitados. “Enxergo grandes oportunidades, pois eles estão atrasados em termos de Brasil. A Polônia é um país que convida a bons negócios com sua localização estratégica. As lojas ainda deixam a desejar e existe espaço para o empreendedorismo”. Já o presidente da Zamboni Comercial, Alencar Zamboni, acredita que o exemplo polonês de varejo dever ser copiado e seguido no Brasil. “O varejo deles está se ajudando e buscando apoio de diversas formas. Todos estão apoiados em alguma coisa. Eles estão na nossa frente”.

Aspectos relevantes

A reunião final da 20ª Viagem Técnica Internacional, realizada no último dia de visitas (16/10) em Varsóvia, contou com a presença dos 30 empresários e executivos da empresas da indústria, do atacado e do varejo. “A Polônia está mais organizada e as regras são mais claras enquanto os problemas da Rússia são mais parecidos com os do Brasil. Ao meu ver a Polônia está mais evoluída do que a Rússia”, disse o superintendente-executivo da ABAD, Oscar Attisano.

Coordenada e mediada pelo professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Nelson Barrizzelli, os participantes discutiram os aspectos relevantes das visitas, as aplicações práticas na cadeia de abastecimento brasileira e os cenários macroeconômicos existentes nos dois países visitados.

Outros pontos nos dois países devem ser considerados, acredita o diretor-comercial da Camil, Ulisses Masao Shonoar. “Na Rússia, fomos felizes em visitar o Mocmart, que mostra a insegurança que se tem no país em termos de investimentos, enquanto na Polônia, pertencente à União Europeia, demonstra aspectos de confiança em ser um centro logístico do continente”.

Cooperativa varejista


No centro de Varsóvia fica uma das 23 lojas da Sezam, uma cooperativa varejista com 800 associados existente há 140 anos. A loja com 7 mil metros quadrados de área de vendas tem 2 milhões de clientes ao ano e um tíquete médio de 18 slotys – aproximadamente 12,60 reais – por cliente. No prédio funciona de tudo: bazar, drogaria, doceria, cafeteria e um supermercado com aproximadamente 400 metros quadrados de área de vendas. Os 130 fornecedores de produtos alimentícios e 90 de não-alimentos tem dias e hora marcados para a entrega dos produtos.

“Os nossos maiores fornecedores são atacadistas que já sabem qual a quantidade de produtos precisamos. Se faltar algum item ou os produtos não forem suficientes, pegamos o telefone e pedimos mais, sem a interferência de vendedores”, a diretora de marketing, Yolanta Jedrzyewska.

Na Polônia existem 250 cooperativas como a Sezam, cada uma responsável pelas lojas de um bairro ou de uma região. Em média cada cooperativa detém 30 estabelecimentos em áreas não conflitantes com as de outra cooperativa. As lojas são recheadas de produtos para atender a um consumidor interessado em uma cesta diversificada de mercadorias. Tempos bem diferentes da época do domínio soviético. “Existia um órgão regulador que determinava o que cada supermercado poderia receber de mercadoria. Tinham lojas que só podiam vender sal e vinagre”, afirma Yolanta.

Competitividade e equilíbrio


Um típica loja de vizinhança. Mas o Lewiatan, localizado em um bairro periférico de Varsóvia, é mais do que isso. A loja é uma das 2 mil unidades da rede de franquias existentes na Polônia e que combate as grandes redes varejistas oferecendo sortimento, bom atendimento, variedade e comodidade aos moradores da comunidade no entorno do estabelecimento. “Em 1994 sabíamos que teríamos de integrar as lojas existentes no mercado polonês, pois seria uma questão de tempo para as grandes redes varejistas invadirem a Polônia. Deveríamos estar preparados para isso”, diz o presidente da Câmara do Comércio da Polônia e fundador da rede de lojas, Waldemar Novakowski.

Os 250 metros quadrados da loja, que faz parte da maior cadeia do País, tem espaço para diversos tipos de produtos e serviços que podem facilitar a vida dos consumidores que entram nela diariamente. Para que todas as unidades estejam em sintonia com as melhores práticas, o escritório central constrói as metas de gestão e transfere a tecnologia de compra e de vendas para as regionais. “A divisão do mercado entre grandes e pequenos nos permite manter a competitividade. O monopólio deve ser combatido e deve-se criar leis que permitam manter o equilíbrio entre os grandes e os pequenos”, afirma Novakowski.


Valor agregado


Aberto 24 horas por dia, o Bronisze aproveita a entrada da Polônia na União Européia em 2004 para crescer. “Muitos produtos dos países vizinhos são estocados no País, devido a localização estratégica para se alçar outros mercados próximos”, diz o vice-presidente da companhia, Harold Dobrowolski.

O local foi criado para que o produtor tivesse acesso ao valor agregado. No país 50% dos produtos são distribuidos pelas grandes redes supermercadistas e os outros 50% por pequenos produtores. “Não há rivalidade. Isso é produtivo para o mercado de consumo”, afirma o executivo.

A receita do Bronisze vem de duas formas: na cobrança de aluguel – ao preço médio de 13 dólares o metro quadrado de cada box – e na taxa de entrada para os produtores que não tem box, mas vem comprar e vender. Válida por 24 horas e variando de acordo com a tonelagem de produtos e tipo de veículo, a taxa pode custar de 5 zlotys (carro particular) a 120 zlotys (caminhões maiores) - aproximadamente 3,50 reais a 84 reais. “O trânsito é o nosso maior desafio. A área está pequena para o volume de veículos que transita pelo diariamente pelo local”, diz Dobrowolski.

Organização e limpeza


Uma central de abastecimento organizada, limpa e com diversos serviços diferenciados – tanto para os produtores quanto para os compradores de frutas, legumes, verduras e flores. Assim é o Bronisze, que conta com 700 empresas instaladas em boxes individuais e mais de 60 mil pequenos produtores que passam pelo local durante o ano inteiro – o que resulta em uma comercialização de 1,5 milhão de toneladas de produtos durante o ano. Sem a venda de itens a granel e tudo previamente embalado, as perdas no local são quase nulas, (devido à falta de manuseio direto).

“No Brasil, as perdas chegam a 30% porque não se empacota o produto. Esse modelo tem de ser copiado, pois gera menos perda”, disse o professor da Faculdade de Economia e Administrição da Universidade de São Paulo, Nelson Barrizzelli, durante a visita.

A oferta de produtos importados e frutas da Espanha, Itália e Turquia é grande no período de outono na central, que começou a funcionar em 1999, em Varsóva, em uma região que produz 30% das frutas e 40% das verduras consumidas na Polônia.

sábado, 17 de outubro de 2009

Minha homenagem aos fotógrafos...


...profissionais.

Nestes oito dias em que dormi e acordei com uma máquina fotográfica a tiracolo, a versátil Nikon D-60 comprada um dia antes do embarque, aumentei a minha admiração por quem enxerga o mundo através do visor de uma câmera.

Volto ao Brasil sem me sentir capaz de substituir o olhar diferenciado desses profissionais, mas certamente capaz de entender melhor a maneira como eles percebem a informação contida em uma imagem – seja uma paisagem, o retrato de uma pessoa, o interior de uma loja ou um flagrante não planejado na rua que precisamos registrar antes que a ação termine.

As novas tecnologias misturaram os limites da atuação e as responsabilidades de cada um no processo de construção da notícia. Antes, apenas repórteres com carteirinha – e diploma – podiam se atrever a colecionar informações, separar o joio do trigo e oferecer o melhor resumo da ópera possível aos seus leitores. Assim como apenas fotógrafos com calos nas pálpelbras (de tanto abrir e fechar os olhos) tinham a tarefa de congelar a notícia e entregá-la ao talento dos editores – de texto e design – para dar forma à reportagem nas páginas das revistas e jornais.

Com o advento da Internet, e a necessidade de abastecer milhões de páginas noticiosas de informação fresquinha, esse processo ganhou velocidade. Hoje, é normal que um fotógrafo enviado ao palco da notícia envie por e-mail, bluetooth ou serviços de FTP não só a imagem como também o texto base para a notícia que será publicada. Assim como jornalistas fotografem, ou filmem.

Nesta VTI, fiz nada menos que 4 mil fotos, que guardei em meu laptop para editar na volta à redação. Algumas estão postadas neste blog. As melhores estarão na próxima edição da Revista Distribuição. Se imaginarmos que cada foto poderia representar um frame de filme, esse pacote que levo bem poderia virar um minidocumentário.

Pensando bem, acho que é o que me pedirão para fazer...

Voltando para casa


Os compromissos do último dia da VTI, que se encerram quase em cima da hora de a delegação brasileira embarcar de volta para o Brasil, não permitirão que eu poste novas informações até chegar em São Paulo.
Na segunda-feira (19/10), publicarei a cobertura dos derradeiros encontros de trabalho entre os empresários e executivos brasileiros com seus pares poloneses. E, durante a semana, um balanço sobre a VTI ABAD 2009 - Leste Europeu.

Olhos sobre uma nova Polônia


A localização estratégica da Polônia faz com que todos abram os olhos para esse país, do tamanho do Paraná – onde, coincidentemente, se concentraram os imigrantes poloneses que chegaram ao nosso País, a partir do século 18 e, principalmente, no pós-guerra de 1945. Situada no centro da Europa, ela possibilita acessar outros mercados no Leste Europeu por rodovia e trem de carga a custos não muito altos.

Até o ano de 2013, serão injetados mais de 67 bilhões de euros na economia por outros países países da Europa em obras de infraestrutura e desenvolvimento. Um superPAC polaco, digamos, alavancando o espetáculo do crescimento do país.

Com seu povo simpático e acolhedor, e, acredite, muitas palavras que têm a mesma grafia do português, a Polônia ruma a um desenvolvimento que durante décadas foi sufocado pela subordinação aos interesses geopolíticos e econômicos da extinta União Soviética. Não nos esqueçamos que o tratado militar dos velhos regimes comunistas, o Pacto de Varsóvia (que se opunha à aliança militar ocidental capitaneada pelos Estados Unidos, a OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte), foi assinado na capital polonesa.

O mundo bipolar, marcado pela tensão da guerra fria entre a ex-URSS e os Estados Unidos, ruiu com a queda do Muro de Berlim, vinte anos atrás, e as mudanças políticas no Leste Europeu. Agora, a Polônia corre para compensar o tempo perdido e conseguir um lugar no bonde da história.


Rumo a um novo patamar II


Na Polônia, os formatos varejistas de todos os tamanhos – do pequeno varejo de bairro até o hipermercado tradicional – também têm caixas registradoras apresentando o tilintar de boas vendas. Só para se ter alguns exemplos, em duas lojas do Carrefour, um hipermercado e uma no formato express – formato que a empresa ainda não inaugurou no Brasil, mas que se parece bastante com as unidades do concorrente Extra Fácil ( só que um pouco maior) –, apresentavam movimento impressionante em uma quinta-feira à tarde. Pude presenciar os corredores cheio de consumidores e carrinhos lotados de produtos.

No pequeno varejo, não foi diferente. Nas boas e organizadas lojas do país, desde as periféricas até as localizadas em regiões mais abastadas ou no centro da cidade, o movimento de consumidores que buscam variedade, praticidade e qualidade é crescente.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Rumo a um novo patamar I


Um país com um comércio dinâmico, um consumidor ávido por coisas novas e uma economia, que se não é pulsante, se encaminha para tal. Os números confirmam. Este ano, o Produto Interno Bruto da Polônia deve apresentar crescimento de 1%, enquanto a média da União Europeia apresentará retração: - 4%.

O comércio, de acordo com dados fornecidos pela Câmara de Comércio da Polônia, indica que o varejo encerrará 2009 com um incremento de 3,5%. Nas ruas, as projeções se confirmam. Em visitas técnicas ou informais às lojas da cidade é possível perceber que o consumidor polonês está fazendo girar a roda da economia do país.

Os shoppings como o Arkadia, maior centro comercial de Varsóvia e outros que visitei apresentam os corredores lotados em dias e horários que, tradicionalmente, no Brasil estariam com seus corredores vazios e vendedores de braços cruzados.

Produtos do mundo


No maior shopping de Varsóvia, o Arkadia, está localizada uma das 12 lojas da Kuchie Swiata, que atende aos consumidores das classes A e B, com boa oferta e variedade de produtos alimentícios de diversos países do mundo.

Nos próximos três anos, serão abertas até 15 novas lojas com 4 mil itens no mix. Nas gôndolas, os itens se subdividem por região do mundo para facilitar o acesso a ele, exceto no caso de bebidas alcoolicas e chás.

Entre os produtos brasileiros, se encontram a aguardente Velho Barreiro, a goiabada Predilecta e o suco de laranja Palmeiron. As margens brutas vão de 25% a 50%, o que garante uma faturamento anual de 2 milhões de dólares nas 12 lojas e 300 mil dólares na unidade do Arkadia.


Inovar para crescer


Com a entrada na Comunidade Europeia em 2004 e a melhoria do nível de renda da população polonesa, as pessoas começaram a experimentar mais e a diversificar a cesta de produtos com produtos oriundos de todo o mundo. Para atender a esse nicho de mercado, que se abriu com crescimento dos índices econômicos, a Kuchnie Swiata importa peixes, frutos do mar e comidas frescas de cozinhas de diversas nacionalidades e as apresenta ao mercado polonês.

Atuando em três frentes: atacado, varejo e lojas próprias, desde 1999, a Kuchie Swat cresceu ao diversificar o leque de produtos oferecidos a um consumidor ávido por novidades. Na operação de distribuição, cujo CD se localiza a 30 quilômetros do centro de Varsóvia, são mais de 4 mil itens de produtos vendidos para 250 clientes – o que garante uma receita de 25 milhões de dólares ao mês para a empresa.

Os frutos do mar representam 39% das vendas, enquanto a comida asiática 31%, a europeia, 23%, e a americana 7%. “A maioria das nossas vendas advém de produtos do México, da Espanha e da Itália, pois os nossos consumidores viajam bastante e gostam da comida desses países”, diz o diretor da companhia, Jacek Kalinowski.

A ideia da empresa é inovar e ser a primeira a trazer as novidades em produtos importados para os consumidores poloneses. “Para que os produtos fiquem conhecidos, usamos as nossas lojas para realizar o marketing e estamos dispostos a conhecer melhor os produtos brasileiros”, afirmou Kalinowski.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Menos neve


O dia amanheceu sem a neve que atingiu ontem a cidade de Varsóvia, mas ainda assim estava muito frio durante a parte da manhã e um pouco da tarde: a temperatura não ultrapassou os 2,5 graus. Muito diferente de ontem, quando a apenas chegou a 1 grau positivo. E isso porque estamos ainda no começo do outono europeu.

A delegação brasileira, que disparou centenas de cliques para registrar a paisagem coberta de neve, recebeu a melhora do tempo como presságio de que teremos uma 6ª feira, penúltimo dia de visitas técnicas, com céu aberto. Assim seja!

Espaço bem aproveitado

Uma grata surpresa. Assim podemos resumir a visita a uma das lojas ABC de Lowicz, a uma hora Varsóvia. Em uma área na periferia da cidade, o estabelecimento de 80 metros quadrados ficou menor ainda com a visita do grupo de empresários e executivos da indústria, do atacado e do varejo na quarta-feira (14/10), quinto dia da VTI 2009.

O que mais impressionou a delegação foi a variedade e diversidade de produtos em tão pouco espaço. A loja oferece revistas, sorvetes, cigarros, frutas, legumes e verduras, bebidas, cosméticos, itens de higiene pessoal e produtos alimentícios - vão desde marcas básicas até ss de preços mais alto -, em um total de 5 mil itens no mix.

“É uma fantástica loja de vizinhança, que oferece uma enorme quantidade de produtos para a comunidade sem que ela tenha de sair do bairro para ter acesso ao que procura”, disse o diretor da Pennacchi & Cia, Paulo Pennacchi (na foto, ao lado do presidente da ABAD, Carlos Eduardo Severini).

Melhoria da competitividade

Ontem, quarta-feira (14/10), fomos visitar uma loja da Eurocash , atacado de autosserviço da cidade de Lowicz, distante 80 quilometros de Varsóvia. Atuando desde 2003 na Polônia, a rede está com 113 lojas no país e oferece de 4 a 5 mil itens em seu mix de produtos. A loja atende somente a pessoas jurídicas, não vendendo para o consumidor final.

Pertencente a um grupo português, a Eurocash criou um sistema para facilitar a vida dos pequenos varejistas e aumentar a competitividade deles frente à concorrência das grandes redes. O sistema funciona através do franchising das lojas ABC, com 1.300 unidades espalhadas na Polônia. “Oferecendo merchandising, layoutização de loja, tabloide e diversas promoções conseguimos manter a fidelização e ajudar a aumentar a venda desses clientes”, disse o gerente operacional da empresa, Tomazs Gorycki (foto à esquerda).

Os 70 produtos contidos no tabloide, que sai a cada duas semanas, são vendidos para os clientes das lojas ABC por um desconto de 10% em relação aos clientes não franqueados. O preço sugerido para a venda ao cliente final é o impresso no tabloide. “São produtos de alto giro e que o ajudam a manter o tráfego na loja”, afirmou o chefe da loja da Eurocash, Peter Kawik (foto abaixo).

Cada loja da Eurocash abastece os clientes da ABC em um raio de até 30 quilômetros. A unidade que visitamos tem 23 lojas ABC sob a sua guarda. Este tipo de negócio é responsável por 10% dos clientes da Eurocash e por 45% da receita da empresa, que faturou 2 bilhões de slotys em 2008, com um crescimento de 12%. “Os não franqueados da ABC podem comprar as ofertas, mas não tem o desconto”, informou Gorycki.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Simpatia oportuna


Apenas 400 brasileiros moram na Polônia em um universo de 40 milhões de habitantes. Geralmente são jovens estudantes do Sul do Brasil de ascedência polaca. Mas o pequeno universo representa bem o nosso País em uma terra que representa um oásis de oportunidades para as empresas brasileiras, já que sua localização permite acesso fácil aos mercados do Leste europeu. “Os poloneses adoram o Brasil, que é o paraíso na Terra. Mas isso não significa que tudo do Brasil pode entrar. Os produtos devem ter muita qualidade”, afirmou a gerente operacional da Apex Brasil – Polônia e Leste Europeu, Dagmara Kalusinska no encontro com os empresários brasileiros presentes nesta VTI, hoje, em Varsóvia.

Crescimento no comércio

O mercado varejista na Polônia crescerá 3,5% este ano, resultado menor do que no ano passado mas ainda assim comemorado, diante das intempéries apresentadas no cenário financeiro mundial. Composto por mais de 100 mil lojas que movimentam 600 milhões de zlotys, o país tem também 500 lojas de hipermercados que dominam 30% da receita do setor. Das empresas que participam da atividade econômica no comércio 50% são oriundas da União Européia e a outra metade é composta por empresas locais. “Desde o final do comunismo em 1989 passamos por transformações significativas, tanto no atacado quanto no varejo, as empresas se modernizaram para acompanhar a evolução e se manterem competitivas”, disse o presidente da Câmara do Comércio da Polônia, Waldemar Novakowski.

Localização estratégica


Maior país da Europa central, a Polônia tem 312 mil quilômetros quadrados e 40 milhões de habitantes. A localização permite ser um porto estratégico para as empresas que pretendem alcançar mais de 500 milhões de pessoas em um raio de 2 mil quilômetros quadrados. Em 2008, o país apresentou um incremento de 5% no PIB - Produto Interno Bruto, e este ano projeta um resultado 1% maior, contra uma queda de 4% nos demais países da União Européia.

“Somos uma ilha. Conseguimos quebrar a crise graças a uma boa localização geográfica, educação e mão de obra qualificada. Poucos países terão crescimento este ano e estaremos entre eles”, disse o manager project da Invest in Poland, Piotr Sowlowiec.

De acordo com o manager, os investimentos da União Européia na Polônia totalizarão 67 bilhões de euros até 2012, para que o país alcance a média de desenvolvimento dos países do bloco em diversos quesitos. “O desemprego cairá, teremos uma rede de estradas que atravessará todo o país e construiremos um aeroporto para facilitar o comércio”, afirmou.

Mais neve


Varsóvia amanheceu com chuva. E neve. “O tempo não é bom na cidade, mas não é uma situação normal neste período do ano”, lembrou o executivo polonês Piotr Sowlowiec. Mas o que ele não sabia é que o mau tempo divertiu a comitiva de empresários brasileiros no caminho até a sede da Invest in Poland, - uma agência governamental que incentiva empresas estrangeiras a investir no país – situada a 15 minutos de ônibus do Hotel onde estamos hospedados.

“Chuva e neve não é uma coisa boa. Não pensem que o tempo é sempre assim na Polônia. Mas talvez seja uma boa lembrança que vocês levarão daqui, pois sei que muitos estão vendo neve pela primeira vez”, disse Sowlowiec.

E o tempo ficou assim o dia inteiro nas ruas em uma temperatura de aproximadamente 1 grau. O frio esquentou os ânimos da comitiva, que viu, animada, os flocos de neve cairem sobre a cidade durante o dia inteiro.

Música para inspirar bons negócios

Pausa para um pouco de cultura. Aqui vai uma homenagem aos dois países visitados nesta VTI, Rússia e Polônia. A pianista russa Valentina Igoshina executa a Fantasie Impromptu, do compositor clássico Fréderic Chopin (1810-1849). Para ver e rever muitas vezes – ou ouvir de olhos fechados degustando um bom vinho.

Neve em Varsóvia

Ao acordarmos em nosso primeiro dia de VTI em Varsóvia fomos surpreendidos pela neve. A temperatura chegou a 5 graus negativos. Não conseguimos filmar, porque o cansaço nos fez dormir um sono profundo, mas achei este vídeo no YouTube, que mostra uma noite de inverno na cidade. Nevou várias vezes ao longo do dia. Depois postarei algumas fotos.

Último dia em Moscou II


O novo centro de distribuição da Bertin para as operações na Rússia ficará pronto em dezembro deste ano e a moderna tecnologia ajudará em um melhor aproveitamento de espaço e um menor desembolso no gasto de armazenamento de produtos. Localizado na região de Domodedovo, distante 50 quilômetros de Moscou, o CD terá movimentação de palletização eletrônica. A tecnologia, francesa, permite que haja uma movimentação da estrutura da palletização na avenida para a entrada da empilhadeira elétrica. Com isso se otimiza o espaço do depósito e minimiza-se os gastos com funcionários. “Sem o sistema são necessários quinze pessoas em vez das cinco que usaremos quando o armazém estiver em funcionamento”, disse o diretor da operadora logística da Bertin na Rússia, Alexei Kuznietsov (foto).

A obra começou há um ano no galpão de 7 mil metros quadrados e cinco docas para caminhões de 20 toneladas, que serão descarregados em 40 minutos e carregados em até um hora quanto tudo estiver finalizado e funcionada na operação de distribuição das carnes da companhia para 120 grandes clientes no país. “Será um negócio muito moderno com um armazenamento totalmente automatizado que trará otimização na operação e minimização nos custos”, afirmou o diretor-presidente do Grupo Rio do Peixe, José Gonzaga Sobrinho.


Último dia em Moscou I


A visita na terça-feira (13/10) a uma loja da Spar, no bairro de Midilierska – próximo ao centro, ainda em Moscou -, impressionou pela diversidade, variedade e quantidade de produtos e serviços oferecidos em apenas 500 metros quadrados espaço. Voltada para as classes A e B, o estabelecimento apresenta ao público consumidor desde uma rotisserie com pratos prontos e minicozinha, produtos importados, peixes vivos – que podem ser escolhidos pelos clientes -, a venda de CDs, DVDs e cadeiras para que os clientes possam fazer suas refeições na entrada da loja. “É uma conveniência fina, um modelo de loja que seria excelente para a Zona Sul do Rio de Janeiro”, afirmou o diretor da Pennacchi & Cia, Paulo Pennacchi.

Com um faturamento de 15 milhões de rublos por mês – aproximadamente 1 milhão de reais – a unidade da Spar, com 7 checkouts, tem no bom abastecimento de produtos um de seus segredos. Diariamente, as mercadorias são repostas por um operador logístico de Moscou para que nunca haja falta de produtos para os consumidores. “A loja é bonita, limpa e com imagem de qualidade”, comenta o executivo da Serasa Experian Nilson Gomes.

Em uma região cheia de escritórios, a margem de rentabilidade é boa, - apesar da concorrência acirrada com outros formatos de loja que rodeiam o estabelecimento. Com variedade de produtos, itens de valor agregado, serviços, conveniência e comodidade que a loja oferece aos clientes é uma ótima oportunidade de novos negócios para os empresários brasileiros. “A loja é bem abastecida. Podemos fazer variações para regiões de menor poder aquisitivo no Brasil”, disse Milton Gonçalves, do supermercado Faixa Azul, rede com nove lojas em Embu, São Paulo. “Uma loja dessa perto de uma que está quebrando mata o cara”, comentou José Saugnago, também do Supermercado Faixa Azul.